domingo, 10 de março de 2013

Divulgação - Ana C. Nunes

Ana C. Nunes escreve maioritariamente romances, mas também muitos contos e algumas Bandas Desenhadas. Escreve, fantasia e ficção científica, embora por vezes se aventure também na ficção contemporânea. Em 2006-2007 escreveu o guião para a BD “Que Sorte a minha” (Jornal Barcelos Popular); em inícios de 2013 publicou um conto na antologia “Lisboa no Ano 2000” (Saída de Emergência) e irá publicar o seu romance “Angel Gabriel – Pacto de Sangue”, e um conto na antologia “Erótica Fantástica – Volume 2” (Editora Draco). Mantém, desde 2008, o blog: http://capala.wordpress.com e desde 2009 o blog de opiniões literárias: http://florestadelivros.blogspot.com/

Marcelina G. Leandro: Será que nos queres falar um pouco de ti?


 Ana C. Nunes: Nascida na cidade do galo, em 1983, cresci no meio de muita banda desenhada, mas foi apenas aos 13 anos que senti o apelo do desenho e, 1 ano mais tarde, o da escrita. Costumo dizer que tudo começou por rivalidade, e é bem verdade. Tinha uma colega de turma que era boa a desenho e escrevia ficção, e eu queria ser melhor que ela, por isso fui entretendo as minhas veias literárias e desenhistas, até que não podia mais parar. Desde então passei por várias fases artísticas: primeiro foram as histórias ilustradas, depois a banda desenhada, até que o bichinho da escrita tomou o pódio e por lá ficou. Continuo a gostar de BD e ilustração, mas a escrita está acima de tudo isso.

MGL: Estás neste momento a preparar o teu primeiro livro, "Angel Gabriel", é este o nome definitivo? Em que ponto é que está? Como nasceu? E o que esperas com este teu primeiro livro?
ACN: O título definitivo é "Angel Gabriel - Pacto de Sangue". O livro está praticamente pronto, faltando limar-lhe umas arestas em alguns capítulos extras. Como estou a trabalhar também na tradução para inglês, isso está a atrasar um pouco o processo, mas é minha intenção lançar a versão portuguesa antes do fim do mês de Março (2013). Esta história nasceu em 2005, quando três personagens surgiram no papel, sem pré-aviso. Eram estas: Angel, Gabriel e Davet (os dois primeiros são protagonistas). A partir destas personagens, surgiu a história, mas só em 2008 começaria a escrever o romance e desde então reescrevi e revi várias vezes o romance, até chegar a uma versão que me agradasse. Quanto às expectativas, sinceramente não espero grande coisa. Bem sei que ao não ser lançada por uma editora, corro o risco do anonimato. No entanto prefiro ter o livro em ebook, disponível para quem quiser, ler, do que tê-lo parado, a ganhar pó, numa gaveta qualquer. Não fazia sentido, já que acredito que é uma história que vale a pena ser contada.

MGL: Tens também vários contos publicados em antologias. Qual a tua experiência com essa faceta dos concursos e da publicação em antologias?
ACN: Em antologias, para já só tenho um conto no "Lisboa no Ano 2000", e ainda este ano sairá outro, se tudo correr bem, no "Erótica Fantástica - Volume 2". Assim sendo, a minha experiência ainda não é grande, no entanto posso dizer que ambas as selecções me apanharam um pouco de surpresa e que, na primeira, a organização esteve sempre acessível e disposta a ajudar, já na segunda, em certos momento, tive um pouco de dificuldade em contactar os organizadores, mas, eventualmente acabaram por me responder e esclarecer-me as dúvidas. Publicar contos em antologias é sempre bom pois podemos ficar associados a autores já consagrados, a boas casas editoriais e divulgamos a nossa escrita a leitores que, possivelmente, nunca alcançaríamos de outra forma. A nível de concursos, tento sempre ter cuidado com as regras. Antes de concorrer tento pesquisar informação sobre a editora e os organizadores, para tentar saber se não se trata de um daqueles esquemas em que todos os que concorrem são seleccionados e depois os autores ainda têm de pagar para receber um exemplar, e direitos autorais, nem vê-los. Para quem, como eu, não está disposto a pagar para ser publicado, há que ter atenção às entrelinhas dos regulamentos dos concursos.

MGL: Para alem da escrita tens outro talento, o desenho, neste número dás cor a um dos trabalhos da Ana C. Silva, e tens vários outros projectos com capas tuas, queres falar um pouco desse teu lado? O desenho complementa a escrita?
ACN: Tal como referi acima, o desenho foi a minha primeira paixão, por isso tenho-o num cantinho muito especial do meu coração. Por mais que a escrita me dê gosto, há sempre um burburinho a chamar-me para a ilustração e para a banda desenhada. Sou auto-didacta, tanto a nível de desenho como de pintura digital, e gosto muito de ir explorando técnicas que não domino, daí que seja sempre um prazer colaborar com outros artistas, como foi o caso da Ana C. Silva ou ainda da Natacha Salgueiro, como quem fiz uma BD de +150 páginas, entre 2006-2007. Adorava poder trabalhar na área da ilustração, mas para já a oportunidade ainda não surgiu. Ocasionalmente, faço ilustrações para fanzines, e também trabalho muito em ilustrações e estudos de personagens para os meus próprios livros. Presentemente estou a estudar capas para "Angel Gabriel - Pacto de Sangue" e publiquei na Nanozine 8, duas ilustrações relacionadas com o livro. Nesta vertente, sem dúvida que o desenho vem complementar a minha escrita e tenho, inclusive um livro já escrito, que pretendo vir a lançar com ilustrações incorporadas. Apesar de "V.I.D.A." ser um livro para todas as idades, acho que até mesmo os adultos gostam de apreciar ilustrações. Afinal, antigamente, os romances eram frequentemente acompanhados de ilustrações, como as obras de Jules Verne, Jane Austen, etc. Com o tempo essa vertente foi sendo relegada apenas para os livros infantis e infanto-juvenis, mas acredito que os adultos também estarão receptivos.

MGL: Queres referir algo que te pareça importante mencionar e deixar aqui algum contacto?
ACN: Para a Fénix 2, o desafio era escrever um micro-conto, cujo tema fosse livros. Como amante de literatura, queria escrever mais, aprofundar melhor a história; no entanto o micro-conto, além de um desafio estimulante, obriga também a um esforço adicional para que seja sucinto. Foi uma experiência muito curiosa, e agradeço-te o feedback que me permitiu melhorá-lo. Os livros são sempre uma grande fonte de inspiração para os escritores e é sempre bom recordá-lo. Se estiverem curiosos sobre os meus trabalhos/livros, podem visitar o meu blog: http://capala.wordpress.com/ ou a minha página de facebook: https://www.facebook.com/anacnunesauthor . Encontrarão informações sobre os meus livros e alguns contos grátis. Leiam muito!

4 comentários:

André Oliveira disse...

Viva. A capa da Zona Nippon que ilustra uma das perguntas foi feita pelo ilustrador João Vasco Leal e não pela Ana. Ela participou na publicação com uma ilustração e o argumento de uma BD mas colocar a capa, ainda para mais com o teor da pergunta, induz em erro. Agradecia que o corrigisse, ok? Cumprimentos e obrigado.

Unknown disse...

Bom dia,

Fui verificar a situação e tem toda a razão, a imagem da maneira como estava colocada (junto à resposta) e sem legenda, induzia em erro. Não era minha intenção, nem da Ana quando me enviou a capa, dar essa impressão.

A situação já foi corrigida e já coloquei outra imagem da autora.

Obrigada pela correcção.

André Oliveira disse...

Claro, sem problema. Obrigado.

Ana C. Nunes disse...

André, julgo que a capa apenas estava ali como mostra do 'local' onde publiquei trabalhos. Nunca referi que era a autora da capa. Mas entendo que a sua localização no post pudesse ter criado essa impressão.
Marcelina, obrigada por retirares a capa.